sábado, 26 de fevereiro de 2022

Proparoxítona, para quê?


Quando uma palavra possui acento gráfico, facilita a nossa pronúncia. 

E a pronúncia, afetada pelo acento, acaba sendo muito mais do que um modo falar, pois ela determina o sentido de uma palavra.

Vejo o exemplo destas três palavras: SABIA, SABIÁ E SÁBIA.

As três palavras possuem as mesmas letras, mas a acentuação altera o seu significado

Há casos mais críticos, como a decisão entre COCO x COCÔ ou CÁGADO x CAGADO.

Como podemos observar, saber onde colocar o acento faz toda a diferença

Mas e quando a palavra não possui acento, como saber pronunciar? 

Eis a chave do problema:

Independente da palavra possuir um acento visível, há como identificar sua sílaba mais forte, que determinará a pronúncia. 

A sílaba mais forte de uma palavra (com acento gráfico ou não) chama-se sílaba tônica. 

Por exemplo, a palavra CANETA não possui acento. Para descobrir qual a sua sílaba tônica, grita-se a palavra: CANEEEEETA. Assim, a sílaba que mais se alongar, será a tônica.

E por que isso tudo importa? 

Como dito no início, a maneira de falar determina o sentido e o entendimento da palavra. Para isso, localizar a sílaba mais forte (acentuada ou não) irá nos ajudar. E é disso que advêm três palavrinhas clássicas das aulas de Gramática: OXÍTONA, PAROXÍTONA E PROPAROXÍTONA.

Sendo: 

OXÍTONA: palavra em que a última sílaba é tônica. Ex: maracuJÁ (grita-se: maracujááááá´);

PAROXÍTONA: palavra em que a penúltima sílaba é tônica. Ex: caMElo. (grita-se: cameeeeeelo);

PROPAROXÍTONA: palavra em que a antepenúltima sílaba é tônica. Ex: MÉdico. (grita-se: mééééédico).

Assim, chegamos ao entendimento desses três conceitos muito simples, que são decisivos quando você for estudar os manuais de acentuação de palavras da Língua Portuguesa, como por exemplo, a regra clássica, e sem exceções, que diz: TODA PROPAROXÍTONA É ACENTUADA

Legal. E as oxítonas? E as paroxítonas? Essas dão mais pano pra manga. Mas esse é um papo para uma outra aula.

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Glauber Costa Fernandes é graduado em Letras Vernáculas (UNEB), especialista em Literatura Comparada (UESC/BA) e mestre em Letras: Linguagens e representações (UESC/BA). Atua como professor de Língua Portuguesa, Literatura e Redação do Ensino Médio, pela Rede Estadual de Educação do Estado do Amazonas. Possui dois livros de ficção publicados de forma independente: "O homem com cabeça de urubu" e "Quem dera ser lenda", além de um manual de acentuação gráfica em formato e-book. Todos disponíveis na Amazon.

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