Quando uma palavra possui acento gráfico, facilita a nossa pronúncia.
E a pronúncia, afetada pelo acento, acaba sendo muito mais do que um modo falar, pois ela determina o sentido de uma palavra.
Vejo o exemplo destas três palavras: SABIA, SABIÁ E SÁBIA.
As três palavras possuem as mesmas letras, mas a acentuação altera o seu significado.
Há casos mais críticos, como a decisão entre COCO x COCÔ ou CÁGADO x CAGADO.
Como podemos observar, saber onde colocar o acento faz toda a diferença.
Mas e quando a palavra não possui acento, como saber pronunciar?
Eis a chave do problema:
Independente da palavra possuir um acento visível, há como identificar sua sílaba mais forte, que determinará a pronúncia.
A sílaba mais forte de uma palavra (com acento gráfico ou não) chama-se sílaba tônica.
Por exemplo, a palavra CANETA não possui acento. Para descobrir qual a sua sílaba tônica, grita-se a palavra: CANEEEEETA. Assim, a sílaba que mais se alongar, será a tônica.
E por que isso tudo importa?
Como dito no início, a maneira de falar determina o sentido e o entendimento da palavra. Para isso, localizar a sílaba mais forte (acentuada ou não) irá nos ajudar. E é disso que advêm três palavrinhas clássicas das aulas de Gramática: OXÍTONA, PAROXÍTONA E PROPAROXÍTONA.
Sendo:
OXÍTONA: palavra em que a última sílaba é tônica. Ex: maracuJÁ (grita-se: maracujááááá´);
PAROXÍTONA: palavra em que a penúltima sílaba é tônica. Ex: caMElo. (grita-se: cameeeeeelo);
PROPAROXÍTONA: palavra em que a antepenúltima sílaba é tônica. Ex: MÉdico. (grita-se: mééééédico).
Assim, chegamos ao entendimento desses três conceitos muito simples, que são decisivos quando você for estudar os manuais de acentuação de palavras da Língua Portuguesa, como por exemplo, a regra clássica, e sem exceções, que diz: TODA PROPAROXÍTONA É ACENTUADA.
Legal. E as oxítonas? E as paroxítonas? Essas dão mais pano pra manga. Mas esse é um papo para uma outra aula.
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Glauber Costa Fernandes é graduado em Letras Vernáculas (UNEB), especialista em Literatura Comparada (UESC/BA) e mestre em Letras: Linguagens e representações (UESC/BA). Atua como professor de Língua Portuguesa, Literatura e Redação do Ensino Médio, pela Rede Estadual de Educação do Estado do Amazonas. Possui dois livros de ficção publicados de forma independente: "O homem com cabeça de urubu" e "Quem dera ser lenda", além de um manual de acentuação gráfica em formato e-book. Todos disponíveis na Amazon.
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